Foto: Victor Moriyama
O trote da faculdade funciona no Brasil como um rito de passagem, do Ensino Médio para o Ensino Superior. Trata-se de uma boa oportunidade para conhecer pessoas e ir se ambientando com o novo local de estudo. Ainda famoso e temido pela violência descontrolada que era praticada no passado, com provas sórdidas e desrespeitosas, o trote vem sendo completamente remodelado por universidades, centros acadêmicos e atléticas país afora. O que é chamado de “trote solidário“. Atualmente, são poucos – se compararmos a uma década atrás – os relatos de algum tipo de problema ou excesso com os “bichos”.
Antes de tomar a decisão sobre comparecer ou não ao trote da sua nova faculdade é preciso colocar algumas coisas na balança e ir atrás de informações. Em primeiro lugar, tente entrar em contato com outros calouros, se você não tiver um amigo que está indo para o mesmo curso que você. Ir com alguma companhia pode facilitar essa “quebra de gelo” e, claro, deixar ambos mais protegidos. As redes sociais estão aí para isso e grupos são criados antes mesmo de você conhecer seus colegas de sala.
Agora, o mais importante de tudo: com ou sem companhia busque informações na internet e, se possível, pessoalmente para tentar descobrir se o trote é violento, se existem ações para impedir que os veteranos cometam atos hostis que passem do ponto. Faculdades da capital paulista, principalmente, possuem esse costume e, em conjunto com as atléticas, os centros acadêmicos e os coletivos protegem os “bichos”. Se isso ocorrer fique bastante tranquilo e vá sem medo, pois você terá um auxílio.
Em um passado razoavelmente distante, por exemplo, universidades federais, mais ao interior dos estados, tiveram muitos problemas em trotes universitários. Procure notícias, relatos em redes sociais e afins, pergunte em grupos. Enfim, saiba se a faculdade que você entrou já passou por coisas do tipo. É importante até para que você saiba como se proteger.
Para chegar à sua decisão, também é importante que você saiba quais são as atividades que acontecem com mais frequência, os exercícios, as bebidas que irão te oferecer. Enfim, vão cortar seu cabelo? Vão pintar seu rosto? Sujar sua roupa? Fazer você se arrastar na terra? Se uma das coisas que praticam no trote te incomoda, fique em casa. Não perca seu tempo com algo que vai te magoar e não te divertir. O trote deve servir como uma forma de você ir se ambientando e conhecendo futuros colegas.
Mesmo com todas as ações de proteção é provável que um ou outro veterano se exceda. E é nessas horas que você deve se impor dizendo “não” ou então procurar ajuda. Lembre-se: ninguém tem o poder de te obrigar a algo – por mais que as vezes achem que têm esse poder. O corpo é seu, o cabelo também e você deve tomar conta disso muito bem. Nessas horas que a companhia será bem-vinda.
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